Depois de 5 títulos em 5 décadas, o que se vê no futebol brasileiro é uma supervalorização que desvaloriza o País
por Maurício Batista Destri
No ultimo domingo (30), comemorou-se os 50 anos da primeira conquista brasileira em copas do mundo. Pelé tinha apenas 17 anos, marcou 6 gols, já era titular absoluto e começava-se a perceber que Edson Arantes do Nascimento não seria qualquer um. O time de 58, seguido pelo de 62, serviu de consagração tanto para Pelé quanto para o próprio time brasileiro, que, tendo perdido a Jules Rimet para o Uruguai, que diante de 200 mil pessoas no maracanã, conquistou seu segundo titulo mundial, e provavelmente, o ultimo.
Jogando com Gilmar, Garrincha, Pepe, Pelé e companhia, a seleção de 58 realmente era a seleção Do Brasil, isto é, os melhores jogadores dos times brasileiros reunidos: Djalma Santos, da Portuguesa; o capitão Bellini, do Vasco; Didi e Nilton Santos, do Botafogo, Feola, São Paulo. Até o Bangu cedeu um jogador, o zagueiro Zózimo. Hoje o que vemos é absolutamente o oposto. Contamos nos dedos os jogadores que vestem a camisa de um clube brasileiro. Vamos pegar, por exemplo, a ultima convocação para uma copa do mundo. Os únicos 3 jogadores que atuavam no Brasil convocados por Carlos Alberto Parreira para disputar a copa de 2006 foram Rogério Ceni e Mineiro (São Paulo), e o meia Ricardinho, que atuava pelo Corinthians.
por Maurício Batista Destri
No ultimo domingo (30), comemorou-se os 50 anos da primeira conquista brasileira em copas do mundo. Pelé tinha apenas 17 anos, marcou 6 gols, já era titular absoluto e começava-se a perceber que Edson Arantes do Nascimento não seria qualquer um. O time de 58, seguido pelo de 62, serviu de consagração tanto para Pelé quanto para o próprio time brasileiro, que, tendo perdido a Jules Rimet para o Uruguai, que diante de 200 mil pessoas no maracanã, conquistou seu segundo titulo mundial, e provavelmente, o ultimo.
Jogando com Gilmar, Garrincha, Pepe, Pelé e companhia, a seleção de 58 realmente era a seleção Do Brasil, isto é, os melhores jogadores dos times brasileiros reunidos: Djalma Santos, da Portuguesa; o capitão Bellini, do Vasco; Didi e Nilton Santos, do Botafogo, Feola, São Paulo. Até o Bangu cedeu um jogador, o zagueiro Zózimo. Hoje o que vemos é absolutamente o oposto. Contamos nos dedos os jogadores que vestem a camisa de um clube brasileiro. Vamos pegar, por exemplo, a ultima convocação para uma copa do mundo. Os únicos 3 jogadores que atuavam no Brasil convocados por Carlos Alberto Parreira para disputar a copa de 2006 foram Rogério Ceni e Mineiro (São Paulo), e o meia Ricardinho, que atuava pelo Corinthians.
Será que isto ocorre devido a uma hiper-valorização do jogador brasileiro no exterior? Ou será que nossa economia é tão fraca a ponto de não conseguirmos sequer discutir valores com um time europeu? Recentemente, Felipão foi contratado para treinar o time do Chelsea, de Londres. Lá, o técnico gaúcho receberá 21 milhões de reais por ano, pouco menos de 2 milhões por mês. Como manter um técnico deste no Brasil? O maior salário de um treinador atualmente no Brasil é de R$ 500 mil, valor pago pela Traffic a Vanderlei Luxemburgo. Mesmo para os padrões brasileiros, esta quantia é muito alta, já que como o técnico mais valorizado no mercado brasileiro, Vanderlei exige que lhe paguem o mesmo valor que um clube europeu pagaria. Será que há solução para o êxodo de craques do Brasil? E craque, aqui, não significa só bom de bola com os pés, pois temos vários exemplos de brasileiros indo para o exterior integrar a diretoria ou comissão técnica de diversos clubes, como é o caso de Leonardo - que hoje atua como dirigente do Milan - ou mesmo do recém contratado Carlos Pracidelli, ex-preparador de goleiros do Palmeiras que agora integrará a comissão técnica do Chelsea.
Como bem disse o PVC, a única solução possível para tal fenômeno é que a economia brasileira se equipare a dos países europeus para que possamos pagar a nossos craques cifras equivalentes ao que ganhariam lá fora. Mas como competir com um magnata russo que, após as privatizações que ocorreram com o fim da União Soviética, tornou-se bilionário e injeta milhões de libras no clube que comprou para lavar todo o dinheiro ilegal? Algo que efetivamente ajuda um jogador a não desistir do Brasil como lugar de trabalho é o clube possuir uma infra-estrutura que possa competir com times estrangeiros. Um bom CT, um ótimo centro de recuperação para atletas, um excelente estádio e salários em dia são coisas que fazem o atleta pensar duas vezes antes de se mudar para um país desconhecido. A melhoria da estrutura dos clubes, talvez sirva de alento para os que desejam ver na seleção brasileira mais jogadores nacionais e menos atletas que até o português esqueceram.
CHICqueirão
Na segunda feira, o Conselho Deliberativo do Palmeiras aprovou a reforma do Palestra Itália, que atualmente abriga humildes 32 mil pessoas, em uma moderníssima arena com capacidade para 45 mil espectadores, com os recursos da investidora WTorre, que promete transformar o Parque Antarctica no estádio mais moderno do país. Coisa de primeiro mundo.
Linha Dura
A NBA contratou um general do exército para chefiar a comissão de arbitragem. Ronald L. Johnson foi nomeado após o escândalo envolvendo o ex-arbitro Tim Donaghy, que manipulava resultados para elevar a audiência das partidas. Se alguém se envolver em fraude, manda pro Iraque!
Pa e Bola
Ronaldo Desempregado? Ibson no São Paulo? Ronaldinho no Chelsea? Duelo de Williams de novo em Wimbledon? Honda e Senna juntos novamente? Robinho + 50 milhões de euros por Cristiano Ronaldo? E a paradinha, pode? 100ª visita no blog?
2 comentários:
muito boa a argumentação do colunista sobre o porque que ocorre o êxodo de jogadores brasileiros.O fator fundamental é a economia brasileira, como se lê em seu artigo.Porém , mais uma vez enxergo em seus tópicos um certo desdém para com o glorioso Palestra!!!!!CHIQUEIRÃO?humildes 32.000 lugares????Me parece preocupação por parte daquele pessoal do morumbi que nao vai poder abrigar a abertura da copa do mundo pois seu estádio se encontra em estado deplorável(para uma copa do mundo).Mas o todo da coluna ,exceto essas observações,está de parabéns.
opa!
deplorável! uma vergonha!!
Bom, no "nosso" estadio não acaba a luz no meio de uma semi-final, os vestiários não permitem o acesso de qualquer um para interferir no time adversário, cabem 70 mil (mais q o dobro do p.a), já abrigou finais de libertadores (das quais ganhamos 3), o gramado é um tapete, existem saídas decentes para a torcida adversária, não tem nome de cerveja e a torcida visitante não precisa se esforçar para assistir o jogo...
ufa...
tá bom ou vamos começar a comparar os dois times?
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