quarta-feira, 25 de junho de 2008

É amigo, se não for dessa vez...



Bom, deixa eu me apresentar primeiro antes de sair falando mal de todo mundo por ai.
Sou o Guilherme Amorim, ou só Guilherme — pelo menos por enquanto; depois que o outro Guilherme começar a colaborar a coisa provavelmente vai se reduzir só pra gui mesmo, ou até guizinho, mas isso a gente releva.
Mas ai, tudo bem, vamos ao que interessa:

(bem, mais ou menos)

Eu falo, é claro, do TRICOLOR. É, ele mesmo o tricolor, das laranjeiras...
Isso, o Fluminense mesmo que, por acaso, joga a amanhã no jogo de ida da final da Taça Libertadores da América. Joga contra a LDU, numa final que poderia, para algum desavisado, ser muito mais "normal" caso fosse a final da Sul-americana, mas isso a gente também releva.
Fato é que: bom, gente, a final é essa ai e a gente vai assistir de qualquer jeito. Então, por que não comentar um pouco sobre?
Ah, vale lembrar que o Flu está na desagradável posição de lanterna do Brasileirão Série A com apenas dois pontos. Enquanto a LDU é a vice-líder do campeonato que disputa — não que isso valha muito.
Então, mesmo sendo último colocado do Brasileiro, jogando fora, não tendo muita (quase nenhuma) tradição em Libertadores, o Fluminense com toda a certeza é o favorito ao título.
Por quê?
Simples, porque a LDU também não tem nenhuma tradição em finais de Libertadores, ou seja, a tradição não pesa para nenhum dos lados — não pesa mesmo. Sendo o segundo jogo em casa, o Flu empatando, com ou sem gols em Quito (de preferência com), basicamente volta do avião com uma mão na Taça e a outra com o passaporte pra carimbar pro Japão.
(tipo, desculpem qualquer erro sobre Libertadores coisas do outro lado do mundo, não sou lá muito experiente nisso... os caras da Facu me entendem, né?)
Agora, claro, futebol é futebol e vice-versa...
(eu ia usar aquela do clássico, mas, bom, vocês me entendem...)


Como era a história da hora e a vez mesmo?
Não lembro, mas não tem problema, porque é como se fosse isso. É a hora e a vez do Fluminense na Libertadores, ou vai ou racha. Porque, pô, não ganhar da LDU, convenhamos...

Tentando contemporizar um pouco...

Não que eu esteja desmerecendo completamente a Liga Deportiva Universitária, mas é que as coisas praticamente conspiram para o time brasileiro. Vamos aos fatos:

Os goleiros:

Cevallos X Fernando Henrique - O equatoriano é o titular da seleção de seu país, tem alguma experiência em Libertadores (era o titular do Barcelona de Guayaquil em 1998, é, aquele mesmo que perdeu a final para o Vasco no mesmo ano, cara!, essa final também hein...), já tem 37 anos e vem bem no time da LDU. Já o Fernando Henrique é o mesmo cara que não vinha muito bem das pernas com as criticas da torcida do Flu, mas que, depois do que ele fez nos jogos do São Paulo e do Boca, bom, o cara merece a vaga, pois o goleirão está numa excelente fase e caso a inexperiência não pese amanhã, ele tem tudo para fazer outro grande jogo.

Laterais:

Direito: David Guerrón X Gabriel - Outro equatoriano titular da seleção, no caso, o homem é uma bala pela ala direita, corre e dribla muito, é praticamente o puxador de ataque oficial do time, então, cuidado com ele. Enquanto o Gabriel não é tudo isso, mas apóia muito bem, falhando só às vezes em não ir até o fundo e cruzar — pô, com o Washington lá na área, TEM QUE CRUZAR —, geralmente ele puxa pro meio e bate ou arma outro tipo de jogada.

Esquerdo: Ambrossi X Junior Cesar - O homem da ala esquerda da LDU não é tão perigoso quanto o da direita, mas quando faz tabelas rápidas pelo lado do campo cria algum perigo, e, como a LDU joga sempre pelas pontas e na velocidade, ele tem uma importância significativa no ataque. O baixinho Junior Cesar é a velocidade do Fluminense, sempre participando dos contra-ataque rápidos e de jogadas por aquele setor do campo.

Zagueiros:

Rolando Campos X Thiago Silva - O central da LDU é o homem que segura as pontas na defensiva equatoriana, muito bom na antecipação e fecha bem os espaços, a experiência importante ao time. Thiago Silva é o cara que não falha, ao menos na Libertadores tem feito tudo certo, e não só na zaga, ele também sai jogando, arma contra-ataques e ainda tira quase todas de cabeça.

Renán Calle X Luiz Alberto - O primeiro tem problemas de aceleração, quase todos os dribles em velocidade passam ou, se não passam, ficam na falta, o quarto zagueiro da LDU usa mais a força do que qualquer outra coisa, e é muito bom na bola aérea. Também ruim na bola rápida, o zagueiro e capitão do Flu é o homem que mata as jogadas (mas sem problemas, cartão amarelo na Libertadores sai quase de graça), mas em compensação ele fecha muito bem a passagem e corta com facilidade os passes e bolas altas.

Zaga no conjunto:

LDU X Fluminense: A zaga equatoriana é muito boa, mas tem problemas pela saída constante dos alas para o ataque, por isso quando algum jogador ataca nas costas de alguém dos laterais que sobe, é muito mais fácil de armar uma triangulação ou de chegar até a linha de fundo, mas fora isso a defesa é bem sólida (contra-ataque rápido, três a três pode fazer toda a diferença para o Fluminense lá em Quito). A defesa do Flu é forte e compacta, apesar dos corriqueiros rebotes do goleiro que complicam às vezes, mas fora isso, a grande vantagem é a subida da defesa em bloco com o ataque, o faz os zagueiros estarem sempre matando as jogadas na intermediária.

Volantes:

Primeiro: Noberto Araujo X Ygor - Então, já que tudo aqui é "pseudo", o Araujo é o pseudo-volante da LDU, ele está sempre próximo da área, mais como um líbero antes de qualquer outra coisa, mesmo ele sendo muito bom na saída de bola. Outro, mais ou menos pseudo-volante é o Ygor do Flu, já que ele apenas sabe marcar, sair jogando com a bola no pé definitivamente não é com ele, mas sem problema, na marcação a garra é que conta, e ele, tem de sobra.

Segundo: Enrique Vera X Arouca - Essa é até difícil de comentar, quase desnecessário. O Vera é o titular do Paraguai (isso, o mesmo Paraguai que meteu 2 a 0 no Brasil — Cabañas neles!), ótimo no desarme já perto do ataque do próprio time, o que facilita a vida da defesa lá atrás, ele sabe bem jogar como um meia e é bom nas tabelas. O Arouca é mais o — me desculpe — ex-mascote da torcida, e joga mais como outro primeiro volante do que qualquer coisa, não é titular absoluto, mas funciona para liberar o lateral esquerdo do Flu ao ataque...

Meias:

Javier Urrutia X Cícero - O capitão e comandante da LDU, que na verdade é volante, mas que é muito bom na chegada pelo meio, batendo bem de fora da área, outro jogador da seleção equatoriana e fez o que os brasileiros Adriano, Luis Fabiano, Robinho, Diego, Júlio Baptista, entre outros, não conseguiram: marcar um gol na Argentina (e que golaço). Já o Cícero é o famoso faz-tudo, que também é meio volante, mas que chuta bem, cabeceia muito e faz o que precisar em campo — mesmo que nem sempre esteja completamente ligado, já perdeu bolas ali que não se pode perder, gerando contra-ataques letais a favor dos adversários.

Bolaños X Thiago Neves - Os Caras! Bolaños é o meia que ataca dos dois lados, tabela, dribla, chuta, corre e mete gol (quatro até agora), com uma habilidade acima da média. Thiago Neves fez bons jogos contra o Boca, mas não vinha muito bem, dribla e chuta bem, e quanto está inspirado ninguém segura.

Meio-campo em geral:

LDU X Fluminense - O time equatoriano com o meio campo de toque de bola e velocidade, cai principalmente pelos lados com o apoio dos "laterais-alas" do time. O meio-campo do Flu é mais de driblar e passar rápido com a bola (considerando que o Conca sempre puxa a bola da intermediária, jogando como um meia-armador).

Atacantes:

Damián Manso X Conca: O primeiro, como o nome já diz, é meio "manso" mesmo, corre bastante, joga atrás do centroavante e não leva muito perigo, apesar de ter marcado seus gols. Enquanto o Conca é a sensação, está jogando uma barbaridade nos últimos jogos e faz de tudo, corre, dribla e chuta, mas acima de tudo tem a garra Argentina.

Claudio Bieler X Washington - Homem do jogo aéreo e esperança de gols, 24 anos e não é o maior matador, mas é perigoso. Então, o que falar do Washington?!, é complicado, ele sim é o homem-gol da final, cabeceia, chuta com as duas, bate falta, mas teve problemas antes da final, porém já está escalado.

Ataque:

LDU X Fluminense - Ai a vantagem é toda Tricolor, já que os atacantes da LDU não são tudo isso, o perigo mesmo são os laterais; qualquer um faz gols de cruzamentos perfeitos e belas enfiadas de bola.


Técnicos:

Bauza X R. Gaúcho - No fundo mesmo são dois falastrões, sempre com as declarações irônicas e desnecessárias. Renato Gaúcho fez um grande trabalho, mas também tem um bom time nas mãos, mesmo ainda esquecendo-se às vezes que agora é técnico, e não mais o jogador do Grêmio com a faixa na cabeça...

(...)

Agora me diz que depois de Boca e São Paulo a coisa não ficou fácil para o Fluminense?!
Bom, mas de qualquer forma antes tem a semifinal da Eurocopa, jogão de Alemanha e Turquia...

3 comentários:

Murilo Borges disse...

Análise muito boa gui!

Maurício Batista Destri disse...

Sabe que pra um corinthiano vc entende bem de libertadores! parece até que já esteve...

abraço, bom texto!

Lucas Buchhorn disse...

opaaa...sem querer ser o chato da turma...mas só fazendo uma correção, não tem gol fora de casa na final da libertadores...mas a análise tá boa e gui sem medo de colacar o q vc pensa...desencana dos parenteses...abraçoooo