Após uma overdose de China, chegou a hora de nos despedirmos dos Jogos Olímpicos e voltarmos a pensar no esporte brasileiro, ou melhor, no futebol. Afinal, quem vai transmitir as lutas de judô ou as provas de natação?
Infelizmente, parece que no nosso país é preciso ser jogador de futebol para se ganhar bem, conseguir patrocínios e ser reconhecido. De que adianta se reclamar do desempenho dos atletas em Pequim, que de fato não foi dos melhores, se quase nada é feito para aponhá-los? Por quê não reclamamos com o COB pelo baixo número de medalhas olímpicas? Porque é muito mais fácil dizer que o erro foi do Diego Hipólito ao escorregar e cair, ou que as meninas do futebol simplesmente tiveram a azar. Pode até ser má sorte mesmo, mas é por não ter uma confederação de futebol eficiente, que organize campeonatos durante o ano e que não deixe as jogadoras desempregadas, e não pelos gols perdidos. É claro que tudo isso influencia no psicológico de um atleta, que tem que ter a preocupação de ganhar uma medalha para depois não ser esquecido. A qustão passa a ser de sobrevivência e não de título mundial, porque se não ganhar, não terá patrocínios. Ah se o brasileiro pudesse ter o apoio que os americanos recebem!
Bom ai seria bem diferente, pois teríamos o esporte levado a sério nas escolas, bolsas em faculdades seriam dadas para atletas, jogos universitários teriam uma dimensão bem maior e a verba destinada ao esporte teria o seu destino correto. Não que aqui não tenha, mas é que o espírito esportivo é tão grande que o dinheiro cria pernas e sai correndo.
O que há de mais irônico em tudo isso é que os jogadores de futebol, que recebem altos salários dos clubes, de patrocinadores e de direito de imagem, são os que menos incorporam o espírito olímpico. Se o Kaká realmente quisesse ser liberado pelo Milan pera a disputa dos jogos olímpicos, ele teria conseguido? Não sei, só sei é que eu não vi grandes esforços. Ronaldinho Gaúcho teria ido a Pequim se estivesse no auge de sua carreira?
Chegou a hora de darmos mais espaço para todos os esportes, afinal o que o futebol brasileiro masculino fez pelo país nas Olimpíadas? Muito menos do que a natação e o atletismo, que trouxeram duas medalhas douradas e que poderão trazer muitas outras, caso recebam pelo menos metade dos incentivos do futebol.
Quero ver na Globo provas de natação, corridas de atletismo e apresentações de ginástica todos os anos e não de quatro em quatro. E convido o torcedor para assistir, já que com bastante visibilidade, mais patrocinadores apoiarão os atletas.
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